O número de emergência 190 nunca foi feito pensando nos celulares. Agora, o Google está testando um novo método de localizar aqueles que ligam para enviar ajuda o mais rápido possível.
Quando o número de emergência 190 foi criado, não havia como saber que celulares mudariam a forma que as pessoas usam o serviço. Hoje, ainda é difícil para que operadores apontem a localização exata dos contatos para enviar ajuda – mas o Google poderia mudar tudo isso.
A gigante da busca está testando uma forma de usar a tecnologia que identifica a localização dos usuários no Google Maps para auxiliar os serviços de emergência. Como noticiado pelo Wall Street Journal, uma amostra de ligações para o 911 (número americano de emergência) feitas usando celulares Android entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018 tiveram dados da geolocalização enviados diretamente ao operador.
Atualmente, as empresas de telecomunicação detectam a localização de um dispositivo triangulando sua distância de várias torres de celulares, mas isso não é particularmente preciso. O estudo apontou que os dados do Google davam uma média de estimativa de localização com raio de 37 metros, ao passo que os dados das telefônicas tinham uma média de 160 metros.
Atualmente, cabe ao operador descobrir a localização exata a ser repassada para os oficiais que responderão à emergência a partir de quem está ligando. Dado o fato de que podem estar nervosos, ou potencialmente em um lugar com que não têm familiaridade, isso pode ser uma tarefa difícil.
Nesse tipo de situação, uma pequena melhora no tempo de resposta pode salvar uma vida. Uma pesquisa publicada pela Comissão Federal de Comunicação dos EUA (FCC) sugere que até 10.000 vidas poderiam ser salvas anualmente se os tempos de resposta emergencial fossem melhorados em apenas um minuto.
O Google tem a tecnologia para fornecer esse serviço já há algum tempo – foi implementada no Reino Unido e na Estônia em julho de 2016, de acordo com um relatório da Ars Technica. Muitos sentem-se desconfortáveis com a ideia de permitir que o smartphone rastreie a localização, mas em uma circunstância de emergência, é fácil ver os benefícios.
Estudo indica que a liberdade de expressão está no pior ponto desde 2000, com repórteres enfrentando violência, perseguição e dificuldades financeiras em dezenas de países.
A liberdade da mídia ao redor do mundo caiu ao nível mais baixo da última década, de acordo com um estudo que mostra que jornalistas estão sendo ameaçados por censura governamental, crime organizado e pressões comerciais causadas pelo crescimento da internet.
A Turquia passou pela maior queda na liberdade de imprensa dessa última década, mas o Brasil, Burundi, Egito, Polônia, Venezuela e Bangladesh também tiveram uma queda preocupante na diversidade e independência da mídia, de acordo com o relatório.
“Pela primeira vez, temos uma visão compreensiva e holística do estado da liberdade de expressão e informação ao redor do mundo,” diz Thomas Hughes, diretor executivo da Article 19, o grupo que faz campanha pela liberdade de expressão e produziu o relatório em conjunto com a V-Dem, uma base de dados sociopolítica.
“Infelizmente, nossas descobertas mostram que a liberdade de expressão está sob ataque em democracias e regimes autoritários.”
Os autores do relatório mediram a liberdade de expressão em 172 países entre 2006 e 2016 através de uma métrica que descreveram como a Agenda da Expressão. Ela foi baseada em 32 indicadores sociopolíticos, como parcialidade da mídia e corrupção, censura da internet, acesso à justiça, assédio de jornalistas e a igualdade entre classes sociais e gêneros.
Hughes diz que jornalistas foram ameaçados por intimidação, perseguição e até assassinato em algumas partes do mundo; houveram 426 ataques contra jornalistas e veículos da mídia no México somente em 2016. Ele acredita que o Reino Unido foi o responsável por uma das leis de vigilância mais draconianas de todas com o Ato de Poderes Investigativos, que “oferece um modelo para regimes autoritários e reduz seriamente os direitos dos cidadãos à privacidade e liberdade de expressão.”
A liberdade da mídia global é ainda mais ameaçada pelo crescimento da internet, porque o conteúdo online está sendo controlado por somente algumas empresas cujos processos “faltam transparência,” a pressão comercial nos provedores de notícias levou a redundâncias e cortes no investimento, e a “vasta maioria dos países,” incluindo a China, restringem o acesso a uma quantidade de páginas.
O relatório indica que 259 jornalistas foram presos no ano passado, e 79 foram mortos. Áreas de preocupação incluem a vulnerabilidade de jornalistas que relatam sobre ou criticam a “guerra contra as drogas” nas Filipinas, México e Honduras, e a intimidação e sentenças maliciosas contra vozes que se opõem ao regime de Erdoğan na Turquia.
“A liberdade global da mídia está no seu pior nível desde o começo do século,” diz o relatório.
Em Abril do ano passado, 152 jornalistas turcos estavam na prisão, de acordo com a oposição. Mais de 170 organizações midiáticas foram fechadas desde o golpe do ano retrasado, incluindo jornais, páginas da internet, canais de televisão e agências de notícias. 2.500 jornalistas foram demitidos.
Vendo por um lado mais positivo, a Article 19 diz que houveram melhorias em alguns países, como Tunísia, Sri Lanka e o Nepal, e também foi louvada a introdução de leis de liberdade da informação em 119 países.
Outro grupo, o Comitê para Proteção dos Jornalistas, alerta que “nunca houve um tempo mais perigoso para ser jornalista.” Dizem que os ataques de Donald Trump à mídia das “fake news” nos EUA estavam mandando uma mensagem para líderes autoritários de que é aceitável atacar a imprensa, o que levou às recentes críticas sobre a CNN pelo governo egípcio em relação à cobertura do ataque terrorista que aconteceu em uma mesquita em Sinai.
Robert Mahoney, diretor executivo do CPJ, diz: “Os Estados Unidos foram, tradicionalmente, um destaque da liberdade de imprensa e defesa dos jornalistas, mas uma série de retórica anti-imprensa do Presidente Trump reduz o papel da imprensa na democracia, e potencialmente põe em risco os jornalistas.
O índice classifica 180 países de acordo com o nível de liberdade disponível para jornalistas
“Rotular reportagens de que você não gosta como ‘fake news’ manda uma mensagem para líderes autoritários no mundo de que está tudo bem atacar a imprensa. Não levou muito tempo para o Ministério do Estrangeiro egípcio aproveitar o ataque de Trump contra a CNN International este mês para tirar a atenção da mensagem e colocar no mensageiro.”
O diretor do BBC World Service – o maior difusor internacional de notícias – alertou que o crescimento de novas potências econômicas que não apoiam totalmente a liberdade de expressão ameaçaria a liberdade da mídia no séc. XXI.
Francesca Unsworth diz: “Estamos lidando com um mundo que não acho que se importa com o valor da iluminação da liberdade de expressão como parte do desenvolvimento econômico.
“Estamos vendo o crescimento de potências econômicas no Oriente – China, Vietnã – que não tem os valores da liberdade de expressão acompanhando o desenvolvimento econômico. E acho que é um verdadeiro problema, porque se o séc. XXI pertence a estas economias, então isso definirá o futuro do mundo.”
Unsworth disse que a China estava tentando espalhar sua influência na África e no Caribe investindo na mídia local ao mesmo tempo que despende grandes gastos na melhoria da infraestrutura. “O que os chineses perceberam é que além de grande investimento na infraestrutura, também precisam investir no ecossistema da mídia dessas regiões,” diz ela.
“Então investiram em parcerias com empresas de televisão e da mídia na África e no Caribe. É uma forma deles fincarem o pé nesses países e terem algum tipo de influência nas tendências de lá.”
Jornalistas da BBC World Service enfrentam uma pressão diferenciada no Irã sobre o serviço persa baseado em Londres. Autoridades iranianas congelaram os recursos de pelo menos 152 jornalistas persas da BBC e antigos contribuidores – impedindo que eles conduzam transações financeiras ou vendam propriedades em sua terra natal – e convocaram familiares dos funcionários da BBC que moram no país para interrogatórios. A BBC apelou às Nações Unidas a respeito da conduta do governo iraniano.
A quantidade de dióxido de carbono na atmosfera está subindo em uma velocidade recorde. Apesar das boas intenções do Acordo de Paris, parece que ainda não estamos fazendo o suficiente para controlar o nosso impacto no meio-ambiente.
Novas alturas
As Nações Unidas emitiram um alerta de que ano passado, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera subiu em um ritmo nunca antes observado. Os níveis atuais não são comparáveis a nenhum nível estimado nos últimos 3 milhões de anos.
A concentração de dióxido de carbono alcançou 403,3 partes por milhão (ppm) em 2016, comparadas às 400 ppm em 2015. A alta pode ser atribuída parcialmente às recentes mudanças causadas pelo El Niño, mas os números dos últimos anos revelam que esse não é o único fator.
A alta de 3,3 ppm entre 2015 e 2016 é maior do que a alta de 2,3 ppm entre 2014 e 2015. De fato, as altas anuais da última década eram somente na média das 2,08 ppm. A última vez que teve outro grande El Niño, em 1998, os níveis subiram em somente 2,7 ppm.
Os fatores ambientais só contam uma parte da história; a atividade humana também está causando a alta dos níveis. O relatório da ONU relata que o crescimento populacional, agricultura intensiva, desmatamento e industrialização são os maiores contribuintes das mudanças que estão acontecendo.
“Sem fazermos cortes rápidos nas emissões de CO₂ e outros gases causadores do efeito estufa, estamos caminhando na direção de aumentos perigosos da temperatura até o fim do século, muito acima da meta definida pelo acordo de mudança climática de Paris,” diz Petteri Taalas, chefe da Organização Mundial de Meteorologia, de acordo com um relatório do The Guardian.
Concordando em discordar
O Acordo de Paris foi criado com a intenção de fornecer um plano de ação que ajudasse os governos ao redor do mundo a combater o impacto de seus países no meio-ambiente. No entanto, o compromisso de cada nação em relação às suas obrigações ainda há de ser analisado.
Um relatório programado para ser publicado em breve apontará as formas como os esforços domésticos não alcançam as metas internacionais que foram definidas inicialmente. Como resultado, é improvável que alcancemos o objetivo de restringir o aumento global da temperatura a 2 ℃ sobre os níveis pré-industriais; poderemos chegar a até 3 ℃.
Isso não é o mesmo que dizer que nenhuma ação está sendo tomada: a França propôs grandes mudanças em todos os campos. A China também tem sido muito proativa, tendo fechado grandes quantidades de fábricas para reduzir a poluição.
Em outras partes do mundo, os esforços têm sido tímidos. O governo dos Estados Unidos está ativamente subestimando as ameaças da mudança climática apesar de grande quantidade de evidências de seu impacto. Além da política, as consequências de planejar a tão curto-prazo pode ser terrível para a humanidade.