Por que álcool 70% é melhor como desinfetante do que álcool 90%?

Leia minha resposta original no Quora.

O álcool 70% tem 30% de água, e essa água é necessária para o álcool interagir com as células que está matando.

É como fazer uma omelete. Sabe quando a panela está bem quente e você coloca os ovos, queimando o lado de fora bem rápido? E aí você pode virar a omelete, mas acaba queimando o outro lado da mesma forma e o meio não esquenta tanto, certo? 90% álcool é tipo isso. Ele não penetra tão bem nas células ou micróbrios porque queima tudo que toca do lado externo. O álcool 70% é como cozinhar em fogo médio com uma panela relativamente quente. Ele entra em contato com o lado externo, também, mas a água ajuda a penetrar na massa e queimar a parte interna.

Concentrações mais altas de soluções alcoólicas (especialmente isopropil) podem funcionar melhor como solventes para uso em coisas como eletrônicos necessitando de limpeza porque a água normalmente não reage bem com eletrônicos.

O que foi dito acima refere-se apenas ao etanol e o álcool isopropil (que não é próprio para consumo). Há outros tipos de álcool, mas a resposta se refere aos de uso mais comum.

O gel antisséptico realmente mata 99,9% dos germes? Como podem provar isso?

Leia minha resposta original no Quora.

Resposta curta: eles usam o produto em uma superfície coberta de bactérias, e menos que 1 entre 10.000 células sobrevivem. Portanto, podem dizer que o gel é 99,99% eficaz. Simples assim.

Resposta longa: primeiro, é importante apontar que “mata 99,99% das bactérias” não significa que ele mata todas as 99,99% das espécies de bactérias conhecidas, nem nada do tipo. Isso é apenas o número de células presentes em uma superfície. Então, o produto não está dizendo nada específico sobre o tipo de bactéria contra a qual ele é eficaz — não é que eles sabem de uma espécie em particular que não morre enquanto as outras sim. O gel antisséptico tem uma ação ampla, e não vão muito longe quanto a alvos específicos como um antibiótico. Seus ingredientes ativos são vários tipos de álcool… que geralmente matam os seres vivos por desnaturar as proteínas.

O 99,99% é apenas devido à metodologia para testar esses produtos. Eles estão dizendo que, depois da administração do gel, menos de 1 célula em 10.000 permanecem — isso é muito bom!

Se você quisesse uma eficiência de 100%, com todas as bactérias mortas, você poderia tentar colocar a mão em um alvejante, ou um lança-chamas… mas nem um nem o outro vai deixar sua mão em bom estado. Por isso, o álcool-gel é um bom meio do caminho entre a eficácia e a saúde da sua pele.

Já que havia muito mais oxigênio na atmosfera milhões de anos atrás, o fogo se comportava de forma diferente?

Leia minha resposta original no Quora.

Sim, o fogo queimava de forma diferente por conta do excesso de oxigênio. Durante o período Carbonífero, cerca de 300 a 350 milhões de anos atrás, os níveis de oxigênio chegaram a até 35%, enquanto hoje temos menos de 20%. Isso permitia que incêndios começassem em lugares que não costumamos esperar (lugares com alta umidade, e durante chuvas fortes). Hoje, encontramos carvão fossilizado em sedimentos depositados em regiões pantanosas, o que nos permite crer na ideia de que incêndios começavam muito mais facilmente durante esse período. Com isso, você pode se perguntar: como as plantas sobreviviam ao constante risco de incêndio?

Adaptando-se, graças à evolução. Por exemplo, as plantas desse período tinham raízes muito mais profundas do que suas parentes de hoje em dia, e as folhas das árvores ficavam em pontos mais altos, o que ajudava a evitar que pegassem fogo durante um incêndio de arbustos.

O motivo pelo qual tanto carvão (grande parte sendo fossilizada) permanece desde esse período é graças a dois fatores: primeiro, o material estrutural das plantas, a lignina, não queima tão rapidamente — normalmente retira-se a lignina do papel, motivo pelo qual ele queima tão facilmente — ele tende a crepitar (como troncos em uma fogueira), então os incêndios deixavam grande quantidade de carvão para trás, e não seus subprodutos habituais (dióxido de carbono, monóxido de carbono — quando queima mais lentamente — e água).

Segundo, a lignina é difícil de digerir. Até mesmo fungos e bactérias de hoje em dia têm dificuldade para digeri-la. 300 milhões de anos atrás, a taxa de decomposição era praticamente zero.

Em resumo, praticamente todo o carvão de hoje vem de plantas que, milhões de anos atrás, morreram e foram enterradas sem terem nunca passado pelo processo da decomposição.

O que é ainda mais interessante é que, durante esses tempos, insetos gigantescos caminhavam pela terra, e acredita-se que isso tenha relação com metabolismos mais rápidos que a alta porcentagem de oxigênio permitia.

Descoberta científica de que vício em smartphones altera a química do cérebro

Resumo:

Muitos de nós têm dificuldade de ficar até mesmo algumas horas sem olhar para o celular ou acessar a internet. Agora, um estudo concluiu que o vício nesses tecnologias pode causar um desbalanço químico no cérebro.

A vida fora do equilíbrio: smartphones e etc.

Um estudo apresentado na reunião da Sociedade Radiológica da América do Norte de 2017 concluiu que jovens viciados no uso de celulares exibem um desequilíbrio na química do cérebro.

Um grupo de pesquisadores da Universidade da Coreia em Seoul conduziram o estudo, liderado pelo professor de neurorradiologia Hyung Suk Seo. Eles usaram espectroscopia de ressonância magnética para investigar a composição química de adolescentes que foram diagnosticados com um vídeo nos celulares ou na internet.

Dezenove jovens – nove homens e dez mulheres com a idade média de quinze anos e meio – foram comparados a pessoas saudáveis do mesmo gênero. Doze das pessoas no grupo receberam terapia comportamental cognitiva, baseada em um programa similar que ajuda pessoas viciadas em vídeogames.

Testes padronizados ajudaram os cientistas a determinar quão severo era o vício de cada um. Foram perguntados sobre como o uso do celular afetava suas atividades diárias, da vida social ao padrão do sono.

Os adolescentes viciados em celular e na internet tiveram pontuações mais altas em testes que analisavam a depressão, ansiedade, a severidade de insônia e a impulsividade. Estas pessoas passaram por exames de ressonância antes e depois da terapia comportamental, enquanto os pacientes saudáveis foram examinados para estabelecer uma base de controle.

O procedimento de ressonância foi feito para medir os níveis de ácido aminobutírico gama (GABA), um neurotransmissor que inibe ou retarda os sinais do cérebro, e glutamato-glutamina (Glx), que faz com que os neurônios fiquem mais eletricamente excitados. Foi determinado que a proporção do GABA em relação ao Glx em adolescentes viciados era significativamente mais alta antes da terapia do que o que foi registrado nos pacientes-controle.

Vício em tecnologia

Estatísticas publicadas pelo Centro de Pesquisa Pew indicam que 46% dos americanos alegam não poder viver sem seus celulares. Os jovens, em particular, são frequentemente acusados de estarem muito focados em seus dispositivos e em interações online – mas esse estudo pode sugerir que há um motivo médico para diminuir o uso. Há esperanças de que possa contribuir para o desenvolvimento de tratamentos voltados para essas questões.

“Os níveis mais altos de GABA e o equilíbrio perturbado entre GABA e glutamato no cortex cingulado anterior podem contribuir para nossa compreensão da patofisiologia e tratamento de vícios,” diz o Dr. Seo em um comunicado para a imprensa.

Muito GABA no cérebro tem sido relacionado a efeitos colaterais que incluem tonteira e ansiedade. O Dr. Seo acredita que esse desequilíbrio possa ter algo a ver com a perda de função em termos da habilidade da rede neural emocional e cognitiva de uma pessoa processar suas experiências.

A terapia comportamental utilizada no estudo certamente pareceu ter o efeito desejado. A proporção de GABA em relação ao Glx em pacientes sofrendo do vício foi reduzida substancialmente, ou até mesmo revertida a níveis normais nos exames de ressonância feitos após o tratamento.

Texto traduzido do site Futurism.