É verdade que só a barata sobreviveria a uma guerra mundial nuclear? Quais espécies sobreviveriam?

Leia minha resposta original no Quora.

Baratas:

Já estão por aí há 250 milhões de anos, superando vários episódios de grandes extinções na Terra. Elas se reproduzem muito rápido; mesmo quando você pisa em uma barata, ela expele milhares de ovos para que seus filhos tenham uma chance de continuar no seu apartamento. Podem ficar sem água por muito tempo e sobrevivem bastante mesmo sem a cabeça, pois o cérebro é distribuído pelo corpo. Além de tudo isso, as asas ainda oferecem uma proteção adicional contra a radiação.

Peixe Mummichog:

Sobrevive em águas limpas ou poluídas, frias ou quentes, salgadas ou doces. Conseguiu se adaptar à vida sem gravidade, na Estação Espacial Internacional. É uma das espécies mais adaptáveis de peixes do mundo. Provavelmente conseguiria se virar em algum canto da Terra.

Humanidade:

Com bunkers e alta capacidade de adaptação e inovação, é provável que alguns de nós sobreviveria. Resta saber se por muito tempo, visto que um inverno nuclear provavelmente acabaria com muito da nossa capacidade de manter a agricultura e a pecuária. Há certa esperança, no entanto.

Lingula:

Um animal que sobrevive há mais de 400 milhões de anos, com proteção externa que pode ajudar com a radiação e bons instintos de sobrevivência. Se a radiação não for alta o suficiente para destruir seus habitats e alimentos, eles vão continuar perdurando.

Tardígrado:

Conhecido e querido pela internet, esse animal pode ressecar e ficar em estado suspendo por incontáveis períodos. É resistente à radiação, ao calor, ao frio, ao vácuo e à pressão. Muitos ainda devem morrer, como já foi provado que eles não são tão resistentes assim às variações rápidas, mas ainda assim, a espécie deve perdurar.


É muito provável que milhões de espécies de microorganismos e plantas também sobrevivam a um apocalipse nuclear. Muitos dos seres vivos na Terra desenvolveram várias alternativas diferentes para se adaptar aos piores cenários. Da lista acima, creio que a humanidade seja a menos bem preparada para sobreviver.

Fonte da lista.

Armas nucleares têm data de validade?

Leia minha resposta original no Quora.

Sim, e bem curta.

Fabricar uma bomba nuclear é bem difícil, na verdade. Foram necessários os melhores cientistas e alguns anos para tomar conta de cada passo. E cada passo abre uma possibilidade das bombas expirarem.

Vamos dar uma olhada em um por um.

A maior parte das armas nucleares atuais são feitas com Plutônio-239, porque é mais barato que Urânio-235. Elas também precisam de uma “fagulha” — um emissor de nêutrons. É necessário que estejam na forma pura, sem poluentes que possam inibir uma reação nuclear absorvendo os nêutrons ou algo assim. Se os materiais se degradarem, a bomba pode falhar ao invés de explodir.

Os designs das bombas nucleares atuais são altamente confidenciais, mas as primeiras gerações funcionavam como dispositivos de implosão que comprimiam Plutônio-239 de forma uniforme (o que é extremamente difícil de conseguir), usando explosivos programados minuciosamente. Explosivos químicos expiram com o tempo, perdendo algumas de suas propriedades originais, o que torna mais fácil que, no evento de uma detonação, a implosão não seja uniforme, e isso faria com que o plutônio vazasse como um jato quente de um veneno daqueles ao invés de começar uma reação em cadeia de fissão.

Os eletrônicos que desencadeiam a detonação também estão sujeitos à degradação.

Ao ser feita a inspeção de bombas nucleares no arsenal dos EUA com umas duas décadas de idade, constatou-se que a maior parte estava tão degradada que provavelmente não funcionaria. Tenho certeza que a URSS não estava tão melhor.

Se você ignorar o potencial de erradicar a vida humana, ou ao menos causar bastante sofrimento, as armas nucleares são uma tecnologia fascinante. Mesmo as primeiras a serem produzidas ainda poderiam ser consideradas maravilhas da ciência e da engenharia por qualquer um que já viu um esquema delas. São sistemas precisos, engendrados quase até a perfeição, e mesmo isso serve para garantir a fissão de ao menos uma pequenina parte de seu combustível nuclear em uma detonação. Qualquer coisa a menos do que dessa perfeição, e ela falha.

A Voz do Ódio (1943): O que fazer quando se ouve um discurso fascista?

O mundo de hoje parece estar cada vez mais dividido, com discursos radicais se espalhando por todos os lados, tanto aqui no Brasil quanto nos EUA e na Europa. Mas já vimos isso acontecer uma vez antes, durante a Segunda Guerra Mundial. Este vídeo feito pelo Departamento de Guerra dos EUA em 1943 infelizmente recupera sua relevância e nos mostra que devemos ter empatia, mesmo quando os alvos são os outros.

Veja o vídeo legendado abaixo.