Quando os cidadãos do Distrito Administrativo Internacional (IBD) em Songdo, Coreia do Sul vão trabalhar, pegar os filhos na escola ou fazer compras no supermercado, dirigir é opcional.
Isso porque o distrito de ₩ 38 bilhões (R$ 114 bilhões) — atualmente um projeto em construção do tamanho do centro de Boston — foi imaginado para eliminar a necessidade de carros.
Um projeto que começou em 2002, a área prioriza o trânsito em massa, como ônibus, metrôs e bicicletas, ao invés de tráfego de automóveis, de acordo com Stan Gale, presidente da Gale International, que fomentou o projeto do IBD.
Quando completado, em 2020, o distrito terá a área de 9,3 km².
Dê uma conferida no plano do IBD abaixo.
Apartamentos e prédios administrativos foram construídos a 12 minutos de paradas de ônibus ou pontos de metrô.
25 km de ciclofaixas passam pelo distrito, conectando-se a uma rede maior de 145 km da cidade de Songdo.
O maior parque do IBD, com 41 hectares, foi inspirado no Central Park de Manhattan.
“O que você vê hoje em Songdo, uma cidade que é compacta e fácil de caminhar, é o resultado dessa abordagem bem-pensada de planejamento,” diz Gale.
O IBD é parte de um projeto maior, chamado de Zona Econômica Livre de Incheon na cidade de Songdo, liderado pelo governo sul-coreano.
Quando o governo começou a planejar a cidade de Songdo em 2000, 500 toneladas de areia foram despejadas nos pântanos locais para fixar a fundação.
Atualmente, 20.000 unidades residenciais estão completas ou em construção no IBD, onde cerca de 50.000 pessoas vivem. Aproximadamente 100.000 habitantes moram na grande Songdo.
O desenvolvimento vem com meta de certificação LEED na escala de bairros inteiros, e planejam reciclar 40% da água utilizada.
No entanto, alguns habitantes têm reclamado que o IBD e a grande Songdo são muito afastados de Seoul — o centro econômico, político e cultural do país. Leva mais de uma hora para chegar à capital.
“De várias formas, é a cidade que os coreanos querem mostrar ao mundo, como é um lugar limpo, futurista e sem nenhuma pobreza visível,” diz Colin Marshall, um dissertador baseado em Seoul que escreve sobre cidades, ao The Los Angeles Times.
Os responsáveis pelo projeto esperam que a cidade se torne um modelo para outras cidades ao redor do mundo.
Um grupo de cientistas da Coreia do Sul criou um químico que pode prevenir a perda do cabelo e promover o crescimento. Conhecido como PTD-DMB, a substância mostrou funcionar em ratos, e agora está sendo testada para toxicidade antes de serem considerados testes em humanos.
Vivendo com a perda de cabelo
Algumas pessoas realmente amam seu cabelo. Adoram arrumá-lo de várias formas, pintá-los, penteá-los, usando-os como uma forma de expressar a própria personalidade. Para essas pessoas, a descoberta de que estão ficando carecas pode ser totalmente devastadora, mas até para aqueles menos entusiasmados com seus cachos, a perda do cabelo pode ser bem alarmante. Sabe o que é pior? Não há cura para a calvície.
De acordo com a Associação Americana de Perda de Cabelo (AHLA), a alopecia androgenética — comumente conhecida como a calvície masculina — é responsável por mais de 95% da perda de cabelo em homens. Ao chegar nos 35 anos, é estimado que dois terços dos homens terão alguma perda de cabelo, e 25% começam o processo antes de chegar aos 21.
Obviamente, a calvície não afeta somente os homens. 40% das pessoas que passam pela calvície são mulheres, e como o AHLA explica em seu site, a perda de cabelo feminina é considerada menos socialmente aceitável do que a perda masculina.
O AHLA relata que 99% dos produtos anunciados da indústria de tratamento de perda de cabelo são ineficazes, então a maior parte dos que sofrem de alopecia androgenética precisam simplesmente aprender a viver a vida sem o cabelo. No entanto, uma equipe de cientistas da Coreia do Sul alegaram que criaram uma substância bioquímica que promove o crescimento do cabelo e poderia, com o tempo, fornecer uma cura para a calvície.
E entra o PTD-DMB
Enquanto estudava a perda de cabelo e folículos, Choi Kang-yeol da Universidade Yonsei em Seoul e sua equipe descobriram que aqueles sofrendo da condição tinham uma quantidade significativa da proteína CXXC5 em seus couros cabeludos. Os pesquisadores perceberam que quando essa proteína se combina com a proteína DVL-DSH, ela previne a regeneração de folículos de cabelo.
Para prevenir essa combinação, a equipe criou o PTD-DMB.
“Encontramos uma proteína que controle o crescimento de cabelo e desenvolvemos uma nova substância que promove a regeneração capilar ao controlar a função a proteína,” Choi diz ao Business Korea. “Esperamos que a nova substância contribua para o desenvolvimento de um medicamento que não só trate a perda de cabelo, mas também regenere partes danificadas da pele.”
A equipe testou o PTD-DMB em ratos, e depois de 28 dias de aplicações, perceberam novos crescimentos de folículos capilares nas cobaias. Agora estão testando a substância em outros animais para determinar a toxicidade. Se os testes do PTD-DMB trouxerem resultados positivos, o próximo passo seria começar o trabalho pelo desenvolvimento de uma medicação e testes em seres humanos.
Embora promissora, a pesquisa ainda tem muito caminho pela frente antes que possa ser usada pelas pessoas como cura para a calvície. Ainda assim, a perda de cabelo pode ter um impacto devastador na auto-confiança e bem-estar emocional de um indivíduo, e qualquer coisa que pudesse permitir que alguém se sinta confortável com a própria aparência vale ser explorada.
Quando crianças, sempre nos dizem para evitar estranhos. Hoje, no entanto, nos sentimos confortáveis em entrar no carro deles pelo Uber ou 99pop, ou de ficar na casa deles pelo Airbnb. Ao passo que nosso entusiasmo em confiar no próximo cresceu, ele diminuiu em relação às instituições, de bancos a governos à mídia. Por que isso está acontecendo, e o que tem a ver com a onipresença da tecnologia?
Esse é o assunto de um novo livro chamando Who Can You Trust? How Technology Brought Us Together – and Why It Could Drive Us Apart (“Em quem você pode confiar? Como a tecnologia nos uniu – e por que ela pode nos afastar”, em tradução livre), publicado em 14 de novembro pela PublicAffairs. Sua autora, Rachel Botsman, é uma palestrante visitante da Escola Saïd de Administração da Universidade de Oxford, e uma das maiores experts em confiança do mundo. Ela recentemente conversou com o site Futurism sobre o que aprendeu a respeito da confiança, por que essa mudança é diferente de outras no passado, e como evitaremos um futuro distópico.
E entrevista foi editada levemente em busca de maior claridade e brevidade.
Pergunta: De onde veio a inspiração para o livro? Você começa falando da crise financeira de 2008, mas tenho a sensação de que essa foi só a ponta do iceberg em termos da desconfiança em instituições.
Rachel Botsman: Em 2009, publiquei meu primeiro livro, What’s Mine is Yours (“O que é meu é seu”, tradução livre), sobre a economia do compartilhamento. A parte que sempre me fascinou foi como a tecnologia possibilitava a confiança entre completos desconhecidos na internet para fazer ideias que deveriam ser consideradas arriscadas, como compartilhar uma casa ou uma carona, se tornassem difundidas. E então imergi na busca por compreender como a confiança na era digital realmente funciona. Através dessa pesquisa, descobri que meu interesse era muito mais amplo – queria entender como colocamos nossa fé nas coisas, o que influencia onde colocamos essa fé, e o que acontece quando nossa confiança é enfraquecida em sistemas como o financeiro ou o político. Então, comecei a me perguntar se a atual crise de confiança em instituições e a alta da tecnologia facilitando a mesma entre estranhos estavam conectadas de alguma forma.
Isso levou ao que considero ser a ideia central desse livro: que a confiança está indo de instituições para indivíduos. Senti que isso era um livro importante e atual porque já estamos vendo as consequências profundas dessa mudança de confiança, da influência na eleição presidencial americana ao Brexit no Reino Unido, de algoritmos aos bots.
P: A confiança está sendo perdida ou simplesmente trocando de lugar?
R: Não gosto dessa narrativa de que a confiança está em crise. Na verdade, é perigosa porque só serve para amplificar o ciclo de desconfiança. Confiança é como energia – não é destruída, muda de forma. Você precisa de confiança na sociedade para as pessoas colaborarem, fazerem transações – até mesmo para sair de casa. Uma sociedade não pode sobreviver, e definitivamente não pode prosperar sem confiança. Por um longe tempo na história, a confiança fluiu para cima até os CEOs, estudiosos, acadêmicos, economistas e reguladores. Agora isso está sendo invertido – a confiança está fluindo para os lados, entre indivíduos, “amigos,” colegas e estranhos. Há muita confiança por aí, só está sendo depositada em locais e pessoas diferentes.
Também é falso dizer que precisamos de mais confiança. Claro, podemos ter confiança demais nas pessoas erradas, nas coisas erradas. Podemos ceder nossa confiança facilmente demais.
Confiança é como energia – não é destruída, muda de forma. – Rachel Botsman
P: Instituições, claramente, são feitas de pessoas, e por isso é meio engraçado que estamos menos dispostos a confiar nessas instituições. Onde esse desacerto acontece?
R: Acho que é uma questão de escala, uma sensação de que organizações e instituições além de uma determinada escala perdem sua humanidade. Também é um problema quando as pessoas dentro da organização sentem como se estivessem servindo ao sistema ao invés das pessoas. Um grande problema de confiança se instala quando o sistema se torna tão grande que não há como as intenções da organização, não importa o quão bons sejam seus empregados ou a cultura, estarem alinhadas aos usuários ou consumidores. Você vê isso na indústria bancária — mesmo que um banco em particular seja generoso, tenha uma boa cultura de trabalho e empregados competentes, é muito difícil que consumidores olhem para aquele banco com lucros inimagináveis e digam, “Ah, vejo que suas intenções estão alinhadas às minhas.”
P: Tomei nota de suas menções de programas de TV, romances e filmes distópicos. Há algo sobre esse momento que faça a distopia parecer particularmente relevante?
R: Você precisa ver minhas recomendações do Netflix! Estamos atualmente vivenciando um vácuo de confiança que surge quando nossa confiança em fatos e na verdade é continuamente questionada. Um vácuo de confiança é criado, e isso é perigoso. O vácuo é preenchido por pessoas com planos próprios, vendendo a si mesmos com maestria como anti-estabelecimento, e dizendo seja qual for a mentira que agrade às sensibilidades anti-elitistas atualmente sentidas pelas pessoas. O crescimento do “anti-político” — de Nigel Farage a Donald Trump — é um indicador de que a maior mudança de confiança vista em uma geração está acontecendo. Em um vácuo, nos tornamos mais suscetíveis e vulneráveis a teorias da conspiração, a vozes diferentes que sabem como falar com os sentimentos das pessoas ao invés de fatos, a essa nova e tóxica forma de transparência. Aqueles que coçam a cabeça porque o mais qualificado candidato da história perdeu [uma eleição] estão ignorando uma crescente desconfiança das elites, a inversão da influência e um crescimento ceticismo a respeito de tudo — da validade das notícias a uma profunda suspeita de sistemas políticos estabelecidos. Acho que as pessoas estão tentando entender a distopia que estamos vivendo.
P: O que torna esse momento diferente de outros momentos de desconfiança que tivemos no passado?
R: É claro, no passado tivemos grandes crises de confiança, como Watergate ou o escândalo do Estudo de Tuskegee. No entanto, há duas coisas que estão acontecendo que tornam este momento único. Para começar, há uma queda histórica de confiança em todas as grandes instituições, incluindo caridades e organizações religiosas. Se tornou sistêmico que as pessoas estejam perdendo a fé no estabelecimento e na elite. É como um vírus que está se espalhando, e rapidamente.
O segundo ponto óbvio é que a tecnologia amplifica nossos medos, frequentemente sem base alguma. As redes sociais “armam” a desinformação ao criar incêndios digitais que espalham ódio e ansiedade em relação às instituições. Também é muito mais difícil manter más ações escondidas ou encobrir ações com teatros de Relações Públicas. Tome como exemplo o fenômeno Weinstein que está acontecendo agora — isso ilustra a rapidez com que um incidente se torna uma crise social e, então, um movimento.
P: Conte-me um pouco sobre o sistema de crédito social chinês. Antes de ler o trecho daquele capítulo do seu livro no Wired UK, eu nunca tinha ouvido falar disso. Qual a sua opinião geral? Nota do tradutor: há um texto bem compreensivo do The New York Times sobre esse assunto traduzido aqui no site. Clique aqui para ler.
R: O governo chinês tem suas pontuações sociais de cidadãos (SCS) que são voluntárias agora, mas serão obrigatórias após 2020. E há empresas na China, como a Tencent e a Alibaba, que têm seus próprios mecanismos de pontuação, mas são diferentes da forma que vemos as pontuações de crédito. Há uma distinção importante entre sistemas de pontuação do governo e de empresas.
O ponto interessante a se observar é como o governo posicionou a pontuação de cidadãos — a base lógica econômica por trás dela, como os mecanismos de recompensas foram a primeira parte apresentada, e então as penas que seguirão depois. Por exemplo, mais cedo este ano, mais de 6 milhões de chineses foram banidos de pegar voos. Além disso, a pontuação de cidadãos chineses será rankeada publicamente entre toda a população e usada para determinar a possibilidade de conseguir uma hipoteca ou um emprego, onde os filhos poderão ir à escola — ou mesmo a chance de conseguir um encontro. É obediência transformada em jogo.
P: Você fez a conexão a uma sociedade ocidental, como temos versões de um sistema como esse embora não tão extremas. Te parece provável que esse tipo de coisa se torne mais comum em outros sistemas e outros governos?
R: Sim, a parte mais difícil de entender o capículo sobre pontuação de confiança é que há uma tendência a observar esse sistema através de uma lente ocidental, fazer um julgamento rápido e concluir, “Bem, isso nunca aconteceria conosco. Só na China…” Mas hoje é na China, amanhã pode ser em um lugar próximo de você. Quando você investiga e analisa o nível de vigilância acontecendo no Ocidente, dos governos às empresas, e o quanto sabem sobre nós, é assombroso. Estamos sendo julgados e analisados de toda maneira imaginável, e nos sentiríamos extremamente desconfortáveis se soubéssemos. Veja a reação que tivemos quando descobrimos que a Agência Nacional de Segurança (NSA, EUA) estava escutando e coletando informações de cidadãos comuns. Os chineses poderiam argumentar que o sistema deles pelo menos é transparente. Ao menos as pessoas sabem que estão sendo avaliadas.
O que é inevitável é que nossa identidade e nossos comportamentos se tornarão um recurso. Acho que a pergunta é: quem será dono dos danos? Com sorte, chegaremos a um ponto onde seremos nós, como indivíduos, para que assim tenhamos maior controle sobre como os dados são usados e vendidos, e para que possamos usar isso em nosso benefício, ao contrário de uma empresa de tecnologia como o Google, Amazon ou Facebook ou, pior ainda, o governo tendo esse tipo de controle sobre nossas vidas.
Estamos sendo julgados e analisados de toda maneira imaginável, e nos sentiríamos extremamente desconfortáveis se soubéssemos. – Rachel Botsman
P: Você menciona rastreios e vigilância. É certamente algo que é muito mencionado no livro, e algo em que muitos de nós temos pensado. Qual a relação entre confiança e vigilância?
R: Bem, vigilância não é algo particularmente bom quando relacionado à confiança. Pense em um relacionamento interpessoal. Se um parceiro está lendo suas mensagens ou conferindo sua localização a todo momento, é um relacionamento de baixa confiança! Defino confiança como “um bom relacionamento com o desconhecido.” Se você confia na vigilância, deve haver fé de que os rastreios e dados capturados estão sendo usados para seu benefício. A parte complicada é a caixa preta quando você não sabe o que está havendo com sua informação, e não confia no sistema ou na entidade que gerencia os dados. É por isso que frequentemente ouvimos o pedido, “precisamos de mais transparência.” Mas quando precisamos que as coisas sejam transparentes, desistimos da confiança.
P: Onde se encaixa a inteligência artificial nessa mudança maior à confiança distribuída?
R: Falamos da confiança mudando de instituições para indivíduos. O indivíduo pode ser um ser humano, ou pode ser um robô com inteligência artificial. Será cada vez mais difícil poder dizer se você está interagindo com um ser humano ou um algoritmo. Decidir quem é confiável, receber a informação correta, e ler os “sinais de confiança” certos já são tarefas difíceis com outros humanos. Pense na última vez que te passaram a perna. Mas quando começamos a terceirizar nossa confiança aos algoritmos, como confiar em suas intenções? E quando o algoritmo ou o robô toma uma decisão por você com a qual você não concorda, a quem você culpará?
P: O que está entre nosso presente a possibilidade desse futuro distópico que você insinuou? O que poderia prevenir que tudo fosse abaixo?
R: Empresas de tecnologia entrarão em uma nova era de prestação de contas. A ideia de que similares ao Uber, Facebook e Amazon estão imunes de serem regulamentados, taxados e complacentes, de que são apenas esses caminhos disruptivos para conectar pessoas e recursos, acho que esses dias acabaram. Haverá uma onda vasta de regulamentação que olhará para as responsabilidades das plataformas de reduzir o risco de coisas ruins acontecerem, e também na forma que respondem ao que der errado.
Algumas instituições usarão esse período de mudança como oportunidade — provando à sociedade de que precisamos de instituições, de que apresentam normas, regras e sistemas, e que podem ser confiáveis. Estamos vendo isso com o New York Times; teve seu melhor ano em assinaturas pagas. Mas instituições não podem apenas dizer, “Você deve confiar em nós.” Precisam demonstrar que são confiáveis, que podemos acreditar em seus sistemas.
P: Como você acha que essa mudança maior da confiança nos moldará daqui para a frente? Em como moldará nossa forma de gastar dinheiro e viver nossas vidas?
R: É muito fácil culpar as instituições, mas precisamos reconhecer que, como indivíduos, temos a responsabilidade de pensar sobre onde depositaremos nossa confiança e com quem. Com muita frequência, deixamos que a conveniência fique acima da confiança. Por exemplo, se queremos uma mídia jornalística de alta qualidade e com checagem de fatos, deveríamos pagar por ela, e não obter nossas notícias diretamente do Facebook. Somos todos culpados disso. Eu estava conversando com alguém outro dia que dizia o quanto odiava o Uber, de como era “Uma empresa diabólica,” e educadamente perguntei se o aplicativo estava no aparelho dele. “Bem, ainda não tive o tempo de apagar e baixar o Lyft,” ele respondeu na defensiva. Levaria um minuto [fazer isso]. É como o cidadão que reclama do resultado de uma eleição sem ter votado. Então, minha esperança é de que usemos nossa revolta de forma produtiva. Temos mais poder do que imaginamos com essa mudança da confiança, com ela parecendo tão grande e fora de controle.
P: Então, qual a resposta ao título do seu livro? Em quem pode-se confiar?
R: É uma pergunta complicada. Depende do contexto; você pode confiar nas pessoas para fazer certas coisas em certas situações. Com isso, quero dizer que pode confiar no Trump para twittar algo ridículo na madrugada, mas não para negociar com a Coreia do Norte. Você pode confiar em mim para ensinar ou escrever um artigo, mas não deveria entrar em um carro comigo porque sou péssima motorista. Quando estamos falando de confiança, precisamos muito falar sobre o contexto. Espero que, depois de ler meu livro, as pessoas estejam melhor equipadas para dar uma “pausa de confiança,” para se perguntar: essa pessoa, produto, empresa ou informação são merecedores da minha confiança?
Alguns conteúdos na internet se espalham tanto e tão rápido que têm números de acessos insanos e são conhecidos por pessoas de todos os países e idades. Aqui nesse post, mostrarei quais são os vídeos mais populares do YouTube, tanto no mundo inteiro quanto no Brasil, e um pouco da história de seu sucesso. Por seu alto valor de replays, ou seja, possibilidade de ser visto várias vezes pelas mesmas pessoas e em locais diferentes, músicas e vídeos infantis dominam a lista tanto aqui quanto lá fora.
O hit do cantor portorriquenho Luis Fonsi tomou o mundo de assalto, tornando-se o vídeo mais rápido a atingir 2 bilhões e 2,5 bilhões de visualizações, o vídeo mais visto do ano de 2017 em mais de 40 países e o vídeo com mais curtidas da história.
O artista tem 39 anos, é portorriquenho e canta desde 1998, o que são 19 anos de carreira. Ele já é famoso há muitos anos em vários países latinos, já atuou em uma novela mexicana chamada Corazones al límite e já produziu 8 álbuns durante sua trajetória. O vídeo possui hoje 3.193.913.689 visualizações, sendo que destas, mais de 219 milhões foram visualizações brasileiras. Daria para toda a população nacional ter assistido à música ao menos uma vez! Mas lembremos que muitas dessas foram pessoas assistindo de novo.
Despacito é o único vídeo que ocupa a mesma posição tanto no ranking do Brasil quanto do mundo.
Enquanto Wiz Khalifa é responsável por entrar no hall de vídeos que arremataram mais de 3 bilhões de visualizações (quase metade da população mundial, se as visualizações fossem únicas), aqui no Brasil o desenho animado Galinha Pintadinha comprova o sucesso de sua fórmula, tendo atingido atualmente 450.316.359, ou seja, quase duas vezes toda a população do Brasil. Nem mesmo se juntássemos todos os falantes de português do mundo (270 milhões) alcançaria-se essa cifra. As criancinhas realmente gostam de Pintinho Amarelinho! E quem aí nunca ouviu?
É impossível não se lembrar da febre que foi Gangnam Style (2012). Hoje com mais de 2,9 bilhões de visualizações, já não ouvimos tanto o hino do artista sul-coreano, mas em seu ápice praticamente todas as pessoas que conhecíamos sabiam fazer a dancinha. Foi um dos primeiros vídeos em que tomou-se nota do alto alcance e poder de viralização da internet. Hoje, qualquer pessoa no mundo reconhece este artista, que apesar de uma febre em seu auge, somente chegou a este patamar com duas de suas músicas, a que integra este ranking e Gentleman, que hoje tem mais de 1,1 bilhão de visualizações no site de streaming.
Não foi só no Brasil que Justin Bieber fez sucesso! Só parece que o brasileiro é um fã um pouquinho mais ávido do que o resto do mundo. Para a humanidade, a música Sorry (2016) ocupa o quarto lugar, conquistando com um divertido vídeoclipe integrado somente por mulheres. Juntar excelentes dançarinas a uma música contagiante e um ritmo que fica na cabeça parece ser uma fórmula de sucesso! A música Sorry permaneceu na Billboard por impressionantes 42 semanas, ou 9 meses. Uma das músicas ouvidas por mais tempo consecutivo da história! Hoje, havendo declarado que procurará se reformar e voltar à religião e a se estabilizar, talvez o artista não apareça mais nessa lista.
No Brasil, uma lágrima discreta escorre nos olhos daqueles que já tiveram que deixar de lado o orgulho e ver partir alguém que se ama para os braços de outra pessoa. Henrique e Juliano dominam o YouTube quando o assunto é sertanejo, e ocupam o quarto lugar dos vídeos mais assistidos do país.
Chamado por aí de novo Michael Jackson, Bruno Mars entra na lista global com o hit meteórico Uptown Funk (2015), uma música animada e positiva com um clipe que empolga. O artista acabou se tornando um dos mais conhecidos nos últimos anos, com aparições em programas como o Saturday Night Live e muitos lançamentos que alcançaram grande sucesso. Apesar da música ser autoria de Mark Ronson (que também tem sua fama própria, já tendo atingido mais de 7,7 milhões de visualizações com a música Bang Bang Bang), os últimos acertos de Mars acabaram apontando os holofotes para ele. E viva o pop!
Já por nossas terras, mostra-se a apreciação pelo que é produto aqui dentro. A superestrela do sertanejo universitário Luan Santana já foi assistido no YouTube nada menos do que 157 milhões de vezes, o que deixa claro que o gênero musical veio para ficar, e que continuamos sendo um país de apaixonados.
Enquanto nossas crianças estão viciadas em Galinha Pintadinha, lá fora a figura da vez é Masha, a protagonista de um desenho animado infantil russo. Apesar de ter sido criado lá do outro lado do mundo, no país da vodka, o vídeo é assistido pela garotada do mundo inteiro, inclusive pelos brasileiros! Uma troca de entretenimento global realmente impressionante.
Por aqui o amor à música brasileira continua sendo evidenciado com a quinta posição sendo ocupada pelas mais de 135 milhões de visualizações ao vídeo de Show das Poderosas (2013), da Anitta! Tendo feito uma linda apresentação nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016 e lançado várias músicas viciantes e memoráveis nos últimos anos, a artista se consagrou no mercado musical nacional e caminha para mais reconhecimento no mundo inteiro, tendo feito uma parceria com Iggy Azalea para a música Switch (6.032.898 ????????????????) que a levou a fazer uma aparição no programa de auditório de Jimmy Fallon e agora com os sucessos que vão além de nossas fronteiras como Sua Cara (88.853.413 ????????????????), parceria com Major Lazer e a drag queen brasileira Pabllo Vittar, e Paradinha (128.844.174 ???????????????? ), sua primeira música cantada em espanhol e filmada em um supermercado de Nova York. Show das Poderosas inclusive foi a música escolhida para a incrível dança de uma vaca (!) em um supermercado no México!
Emplacando hits como Bad Blood (1.099.378.957 ????????????????), Blank Space (2.129.596.718 ????????????????) e You Belong With Me (741.712.004 ????????????????), Taylor Swift não é nenhuma estranha para altíssimas taxas de visualizações no YouTube. Com estes feitos, a artista demonstra que quando se é talentoso o sucesso sempre é alcançado, mesmo sem aceitar por muito tempo entrar em serviços como o Spotify, que são usados por centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. Talvez, inclusive, a falta dessa disponibilidade tenha feito mais pessoas recorrerem ao YouTube para poder curtir as músicas da cantora.
Os brasileiros mostram o poder da globalização e do pop sul-coreano ao darem a sétima posição para o cantor PSY, que é o primeiro vídeo a se repetir nesta lista.
Sabendo que o espanhol é a terceira língua mais falada do mundo, não é de se espantar que mais uma música no idioma componha a lista mundial de vídeos mais visualizados. Na lista, o ocupante do oitavo lugar é o espanhol Enrique Iglesias, que rompeu a barreira linguística em todos os cantos do planeta com o hit Bailando, sucesso de 2014.
Já entre nosso povo a queridinha da vez é Katy Perry, cantora pop que começou seu sucesso com hits como I Kissed a Girl (126.612.194 ????????????????) e Hot N Cold (687.425.182 ????????????????). A artista retornou o amor aos brasileiros com um vídeoclipe especial da música Swish Swish Bish (47.221.747 ????????????????) com ninguém menos que a rainha dos memes da internet brasileira, Gretchen.
Além de ser uma das melhores músicas do Maroon 5, Sugar (2015) conquista o nono lugar pelo muito bem pensado vídeoclipe, que mostra a história de um casamento que termina em uma surpresa: a banda de Adam Levine aparecendo para fazer os convidados dançarem! Contou-se, depois de um certo mistério planejado, que todo vídeo havia sido roteirizado, o que já era a desconfiança de muitos dos que assistiram. Ainda assim, a ideia foi bem legal e alavancou as visualizações da música.
Talvez um dos vídeos mais vistos de um artista brasileiro, Michel Teló fez história com Ai Se Eu Te Pego (2011), um hit extremamente contagiante que tocou em festas e boates de todo mundo! Ainda hoje o artista faz muito sucesso e é figurinha repetida na televisão e plataformas de entretenimento. Não é qualquer um que tem gente na Europa cantando o refrão até hoje!
Katy Perry se torna a terceira artista a aparecer mais de uma vez nesse ranking ao contagiar o mundo com Roar (2013), um hino sobre a força da mulher em tempos onde isso precisa ser enaltecido. Com um vídeo divertido e uma pegada criativa, a libertação feminina alcança uma nova altura ao fincar no décimo lugar do placar mundial esse sucesso do pop da artista californiana.
Já em Pindorama continuamos cultivando nosso amor pelo sertanejo ao entregar a décima posição para o megasucesso Domingo de Manhã (2014), de Marcos & Bellutti, que foi além das fronteiras do sudeste para embalar o Brasil inteiro nesse gênero musical. Tamanho alcance serve para mostrar aos que não agradam do estilo que muita gente discorda e adora colocar suas baladas preferidas no repeat.
E aí, gostaram da lista? Sugiram outros tipos de rankings e comparações que vocês gostariam de ver por aqui!
PS: O ranking brasileiro foi feito com base na listagem feita pela revista Exame, da Abril, para o ano de 2016. É possível que alguns vídeos tenham alcançado e/ou superado alguns dos que foram publicados aqui, mas por não haverem dados mais recentes confiáveis, os nomes publicados pela revista foram mantidos.