EUA são único país fora do acordo climático de Paris

Resumo:

A Síria finalmente assinou o Acordo Climático de Paris depois de meses de guerra civil. Essa decisão faz dos Estados Unidos o único país a não participar do acordo climático histórico.

Aquele que fica de fora

Nota: os EUA disseram que sairiam do acordo em junho. No entanto, de acordo com a negociação original, isso não pode ser feito até 2020.

O Acordo Climático de Paris tem sido um tópico popular e controverso nos Estados unidos nesses últimos meses — ou ao menos desde que a administração de Trump decidiu tirar o país do acordo climático histórico. Após algumas semanas, quando pareceu que os EUA talvez mudassem de curso, as coisas parecem mais definitivas do que nunca. A Síria finalmente decidiu assinar o acordo, fazendo dos EUA o único país a não se comprometer oficialmente ao planejamento negociado para combater as emissões de gases do efeito estufa no mundo.

Quando o acordo de Paris foi adotado por mais de 190 países em dezembro de 2015, somente a Nicarágua e a Síria se abstiveram de participar do acordo. A Nicarágua só assinou em outubro desse ano, e agora a Síria resolveu ratificar a negociação. Isso deixa os EUA também como o único país das negociações originais a não assinar a definição.

A Síria estava passando pelas dificuldades da guerra enquanto as negociações de Paris aconteciam. Só agora que o país do Oriente Médio achou um tempo para respirar, finalmente considerar o acordo e enviar às Nações Unidas os documentos de ratificação, como relatam os oficiais presentes nas conversas sobre clima em Bonn, na Alemanha.

Um impulso que não desacelerou

Sob o acordo climático de Paris, países signatários têm como obrigação manter o aumento global de temperatura bem abaixo de 2 ℃ acima dos níveis pré-industrialização e, com o tempo, diminuir essa meta para menos de 1,5 ℃. Esforços para alcançar essas metas incluem, como informado no acordo, “Aumentar a habilidade de nos adaptarmos aos impactos adversos das mudanças climáticas, fomentar resiliência climática e o desenvolvimento com baixa emissão de gases, de forma que a produção alimentar não seja ameaçada.”

Embora não faça parte do acordo, estudiosos acreditam que os EUA ainda poderão alcançar essas metas. Vários estados concordaram em manter as obrigações do acordo de Paris apesar da falta de apoio em nível federal. Conhecidos como a Aliança Climática, esses 13 estados e Porto Rico representam mais de 33% da população americana, então não é surpresa que cobrem cerca de 1,3 milhão de empregos relacionados à energia limpa e renovável. Aliadas a esses estados, muitas cidades americanas também solidificaram metas locais em minimizar a emissão de gases do efeito estufa ou até mesmo eliminar o uso de combustíveis fósseis.

Então, embora os EUA não seja um participante oficial do acordo climático de Paris, não está tudo perdido. Ao passo que a ciência continua a provar que a mudança climática causada por seres humanos é real, e a economia da energia renovável continua a superar a de combustíveis fósseis, talvez o governo federal americano reconsidere seu posicionamento.

Texto traduzido por Cláudio Ribeiro do site Futurism.

Níveis de CO₂ na atmosfera os mais altos em 3 milhões de anos!

Resumo:

A quantidade de dióxido de carbono na atmosfera está subindo em uma velocidade recorde. Apesar das boas intenções do Acordo de Paris, parece que ainda não estamos fazendo o suficiente para controlar o nosso impacto no meio-ambiente.

Novas alturas

As Nações Unidas emitiram um alerta de que ano passado, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera subiu em um ritmo nunca antes observado. Os níveis atuais não são comparáveis a nenhum nível estimado nos últimos 3 milhões de anos.

A concentração de dióxido de carbono alcançou 403,3 partes por milhão (ppm) em 2016, comparadas às 400 ppm em 2015. A alta pode ser atribuída parcialmente às recentes mudanças causadas pelo El Niño, mas os números dos últimos anos revelam que esse não é o único fator.

A alta de 3,3 ppm entre 2015 e 2016 é maior do que a alta de 2,3 ppm entre 2014 e 2015. De fato, as altas anuais da última década eram somente na média das 2,08 ppm. A última vez que teve outro grande El Niño, em 1998, os níveis subiram em somente 2,7 ppm.

Os fatores ambientais só contam uma parte da história; a atividade humana também está causando a alta dos níveis. O relatório da ONU relata que o crescimento populacional, agricultura intensiva, desmatamento e industrialização são os maiores contribuintes das mudanças que estão acontecendo.

“Sem fazermos cortes rápidos nas emissões de CO₂ e outros gases causadores do efeito estufa, estamos caminhando na direção de aumentos perigosos da temperatura até o fim do século, muito acima da meta definida pelo acordo de mudança climática de Paris,” diz Petteri Taalas, chefe da Organização Mundial de Meteorologia, de acordo com um relatório do The Guardian.

Concordando em discordar

O Acordo de Paris foi criado com a intenção de fornecer um plano de ação que ajudasse os governos ao redor do mundo a combater o impacto de seus países no meio-ambiente. No entanto, o compromisso de cada nação em relação às suas obrigações ainda há de ser analisado.

Um relatório programado para ser publicado em breve apontará as formas como os esforços domésticos não alcançam as metas internacionais que foram definidas inicialmente. Como resultado, é improvável que alcancemos o objetivo de restringir o aumento global da temperatura a 2 ℃ sobre os níveis pré-industriais; poderemos chegar a até 3 ℃.

Isso não é o mesmo que dizer que nenhuma ação está sendo tomada: a França propôs grandes mudanças em todos os campos. A China também tem sido muito proativa, tendo fechado grandes quantidades de fábricas para reduzir a poluição.

Em outras partes do mundo, os esforços têm sido tímidos. O governo dos Estados Unidos está ativamente subestimando as ameaças da mudança climática apesar de grande quantidade de evidências de seu impacto. Além da política, as consequências de planejar a tão curto-prazo pode ser terrível para a humanidade.

Traduzido por Cláudio Ribeiro do site Futurism.