Você já parou para pensar em quantas pessoas na História sentiam atração por pessoas do mesmo sexo? Pessoas que você conhece, nomes que aparecem nos livros de História, poetas e autores, astros dos filmes, heróis de guerra e reis — e você só aprende sobre isso anos e anos depois que aprende sobre eles, e isso é como um soco no estômago.
Você já parou para pensar sobre como é esse círculo vicioso em que esses nomes são apagados da História, essas partes dessas pessoas são apagadas, então nem aprendemos que outras pessoas podem ser assim? E então você esmaga aquela parte de você que pode ser assim porque não é algo real, todos na História eram heterossexuais e é só você que é a anomalia.
Tipo, essa ideia de que ser qualquer coisa que não heterossexual seja uma coisa totalmente nova. Como se ser gay tivesse sido inventado vinte anos atrás, e que antes disso só haviam livros e livros e livros de mulheres apaixonando-se por homens. Mas não era assim. Havia pessoas como você. Sempre houve pessoas como você, e você só pode aprender isso através de pedaços de papel passados sob a mesa por outros jovens aterrorizados na internet. Isso parte meu coração. Esse apagamento. Esses amores removidos só em caso de um estudante do Ensino Médio poder acabar lendo sobre isso em um livro de História e dizer “Ah”.
Um desabafo pelo fato de que lemos diários, poemas e anedotas procurando por FRAGMENTOS de algo que mostra que essas pessoas que significaram algo para nós poderiam ser como nós. Talvez. O poeta talvez realmente te entenda. O ator realmente pode ter falado sério na TV. É uma triste, desesperada arqueologia de busca por reconhecimento.